Carnaval vem chegando e todos recorrem ao comércio popular em busca de fantasias, aquelas roupinhas básicas para darem uma customizada e que depois serão descartadas, pois geralmente não tem tanta qualidade para ser doada. Depois da indústria do Petróleo, a indústria têxtil é a que mais polui no planeta. No caso do poliéster, a fibra mais usada em confecções no mundo e que garante mais elasticidade aos tecidos, demora mais de 200 anos para se decompor na natureza, além de soltar microplásticos em cada lavagem. Tendo um dos resultados disso, a contaminação da água. A viscose que é outra fibra artificial feita de celulose exige a derrubada de milhões de árvores para ser composta. O algodão que é uma fibra de cultivo natural, não é tão inocente, para plantar e garantir a qualidade da planta são usados muitos pesticidas.

No Brasil, muitos dos que trabalham nas linhas produtivas são bolivianos em condições de trabalhos análogas a escravidão. São pessoas que vivem em oficinas reclusas e com os seus filhos confinados em espaços inviáveis de onde eles não podem sair. Com frequência essas crianças se machucam em equipamentos porque não tem ninguém cuidando delas. Em São Paulo, por exemplo, os profissionais do centro de atenção psicossocial da Mooca, na zona leste da cidade, recebem há 15 anos filhos de bolivianos com problemas de aprendizados, dificuldade de fala e pouca interação. Essas crianças não recebem qualquer estimulo, passam horas e horas em berços, muitas vezes até sem comer. A culpa não é de quem compra a roupa desses bolivianos não é mesmo: Sim, também é. É de todos nós envolvidos nessa cadeia de produção de roupas.

Mesmo não sendo mais um assunto novo, a importância do tema é enorme. E somado à falta de iniciativa de muitos ainda é prejudicial. Viver o dia a dia no automático é bastante comum e nos impede que haja uma reflexão sobre nossos passos.

O que você faz todo dia pode ser mudado. O panorama é feio e pode nos ajudar a pensar sobre o seu impacto na próxima vez que a gente for comprar uma peça inocente que for usar no carnaval, que já não é tão inocente assim.
A edição de Carnaval do Faz Girar será dia 16 de fevereiro, domingo, de 11h as 17h, no Sarrafo Arte e Bar, Rua Capitão Salomão, 57 – Humaitá – RJ, venha com a gente no nosso bloco do consumo consciente, espalhe para os amigos e familiares, convidando-os a fazerem parte de um movimento por um Carnaval mais sustentável.

Fonte: https://www.spdm.org.br/

Priscilla Rocha Assessoria de Imprensa

 

FOTO: Isabella Reis